Primeiro, vamos entender que estar num relacionamento não se
refere ao título ou status que damos a ele, mas ao que sentimos.
Segundo, você precisa entender o quanto antes que: Se for outono, que fique. Se for só primavera, que o vento leve o quanto antes, por mais que seja bonito!
Terceiro, vamos seguir:
Segundo, você precisa entender o quanto antes que: Se for outono, que fique. Se for só primavera, que o vento leve o quanto antes, por mais que seja bonito!
Terceiro, vamos seguir:
Se eu tivesse que falar por mim, diria que sou programada
pra desconfiar, até que se mereça confiança. Isso, normalmente. Quando falamos
de relacionamento, eu entendo que estar em um, é sinônimo de confiança (ou
deveria ser). Então, estando no relacionamento, eu, particularmente, não pilho
o dia inteiro com o que ou quem a pessoa está, com quem se esbarrou no corredor
ou no trabalho (mesmo não gostando da idéia de ter se esbarrado com alguém que,
eventualmente, eu não goste. Veja: Não gosto, mas não surto. Nem culpo a
pessoa. Se esbarrar não fere, parar e ficar é que sim. Mas essa diferença
veremos mais a frente). Portanto, no relacionamento, sou o oposto que citei
antes: Eu confio, até ter motivo pra desacreditar. Vocês andam invertendo as
situações por que cargas d’agua? Insegurança? Entendam: vocês têm todo o
direito de não querer estar com alguém, pela bagagem que traz; não confiar. Ok!
Mas não é direito seu, em hipótese alguma, querer continuar com a pessoa, e puni-la
pelas experiências que carrega. Ou confia e segue, ou desconfia, mas some!
Sério! Notem que quanto mais o tempo passa, mais inseguras
as pessoas ficam. Mais elas se obrigam a desenvolver, nelas mesmas,
características que atraiam a pessoa por quem elas, naturalmente, se atraíram.
Entende a contradição? Pois é. É aí que nasce o ciúme.
Ciúme, na minha
definição teórica: Medo de perder. Na minha definição poética: meio de perder.
Veja, me entenda: Eu não estou falando sobre zelar pela pessoa amada, e se
irritar só de imaginar dela sorrindo pra outro alguém, como sorri pra você. Não
falo de cuidado básico, esse é até fundamental. O sábio apóstolo Paulo não diz
que o amor não sente ciúme, ele diz que o amor não ARDE em ciúme. É dessa chama
que eu estou falando. Desse ardor que literalmente invade as pessoas. Quando se
chega nesse nível, a pessoa enciumada passa a, inconscientemente, obrigar o outro
a o convencer, dia após dia, que é com ela que quer estar. O problema é que o
amor não se prova, se sente. No máximo se demonstra, mas pessoas fingem. Então,
é uma escolha: Você escolhe acreditar ou não, se arriscar ou não. É um risco. Pros dois lados. Mas, como diria Ted
Mosby: Se você não está se arriscando, então, o que você está fazendo? Pois é.
É o mais irônico: Pessoas inseguras vivem com a necessidade da segurança do
outrem. Não dão segurança, mas querem receber. Querem ser convencidas!
Sobre convencer, deixe-me dizer: isso é um porre! É um porre
convencer a pessoa amada do quanto à ama, porque ela não acredita que você ama;
é um porre ter que convencer de que o
amor é suficiente, ela é suficiente, e que ela não precisa desenvolver
atrativos, porque você também se atraiu naturalmente. É um porre ter que
convencer quem você ama, de que besta o bom dia dela ou o “eu te amo” vindo
dela. É um porre ter que convencer a pessoa amada de que, por mais que você
tenha errado em algo, um dia, é por ela que você, hoje, quer acertar. É um porre
ter que convencer a pessoa que você ama de que não precisa de mais ninguém, que
você ta feliz e só quer que ela seja tão feliz quanto. É um porre chegar a
pensar em desistir do “nós” porque acha que nunca vai conseguir convencer a
pessoa amada, e vê-la infeliz, por não acreditar. É um porre se sentir a causa da
infelicidade de quem se ama, mesmo sabendo que você, de fato, não tem culpa
nenhuma. O fato da pessoa não saber disso te faz surtar. É um porre convencer
quem se ama. É um porre convencer. É um porre!
Porres cansam. Nos
deixam exautos, nós trazem uma puta dor de cabeça, e uma ressaca. O porre faz algumas pessoas fazerem coisas
que não queriam, outras fazem o que queriam mas não tinha coragem... O fato é
que depois de um porre, sempre vem uma decisão e/ou um arrependimento. Porque, acreditem,
porres cansam. E ou você se acomoda na vida de porres e vive infeliz, fingindo
esquecer por alguns momentos a realidade (nesse caso, a embriaguez. No caso do
ciúme, o momento pós briga onde você temporariamente convence a pessoa amada,
de que a ama), ou você toma uma atitude e sai dessa, quando entender que o
outro não quer mesmo parar de virar doses; ou vocês, juntos, vão no AA, se for
o caso, mas saiam, juntos, dessa vida de porres, porque ninguém vive, de fato, numa
vida assim.
Aos que precisam convencer: Eu sei que tudo que vocês
queriam era abrir a cabeça de quem vocês amam, como um computador, e programar
lá que você ama e só quer essa pessoa. Que faria qualquer coisa para
convencê-la disso e dói, dói muito, saber que nada que você faz é suficiente
pra isso. E sabe o porquê disso? Porque você ta se esforçando pra mudar algo
que não é culpa sua. A deficiência ta no outro, e enquanto não for o deficiente
a usar a rampa de acesso, a rampa sempre será desnecessária. Não é você que
precisa dela, da rampa da confiança, é o outro. Você é a mão que empurra a
cadeira, em amor. Limite-se a isso e descubra se você ta amando a dois, ou por
dois.
Aos que vivem em chamas, uma observação: uma vez li algo, que
guardei pra sempre, e quero aqui parafrasear. Quando você se apaixona pelas
raízes de alguém, pode vir o outono e levar todos as folhas, não é por elas que
ficamos. Até porque o que o vento leva, não é capaz de fazer ninguém ficar. O que
faz permanecer, é a raiz. Florescer, a gente floresce junto. Mas raiz, cada um
tem a sua, e é por ela que nós ficamos. Nós gostamos “por causa de” mas quando
amamos, amamos, “apesar de”. É essa a sutil diferença entre amar, e gostar.
Entre outono e primavera. Não deixe seu ciúme arder. Vento leva folha, apenas,
mas o fogo queima até a raiz! ;)
- RenattaSoares :)
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