terça-feira, 5 de abril de 2016

Os frutos que eu colho, das conversas que eu tenho...

Primeiro, vamos entender que estar num relacionamento não se refere ao título ou status que damos a ele, mas ao que sentimos. 
Segundo, você precisa entender o quanto antes que: Se for outono, que fique. Se for só primavera, que o vento leve o quanto antes, por mais que seja bonito! 
Terceiro, vamos seguir:

Se eu tivesse que falar por mim, diria que sou programada pra desconfiar, até que se mereça confiança. Isso, normalmente. Quando falamos de relacionamento, eu entendo que estar em um, é sinônimo de confiança (ou deveria ser). Então, estando no relacionamento, eu, particularmente, não pilho o dia inteiro com o que ou quem a pessoa está, com quem se esbarrou no corredor ou no trabalho (mesmo não gostando da idéia de ter se esbarrado com alguém que, eventualmente, eu não goste. Veja: Não gosto, mas não surto. Nem culpo a pessoa. Se esbarrar não fere, parar e ficar é que sim. Mas essa diferença veremos mais a frente). Portanto, no relacionamento, sou o oposto que citei antes: Eu confio, até ter motivo pra desacreditar. Vocês andam invertendo as situações por que cargas d’agua? Insegurança? Entendam: vocês têm todo o direito de não querer estar com alguém, pela bagagem que traz; não confiar. Ok! Mas não é direito seu, em hipótese alguma, querer continuar com a pessoa, e puni-la pelas experiências que carrega. Ou confia e segue, ou desconfia, mas some!
Sério! Notem que quanto mais o tempo passa, mais inseguras as pessoas ficam. Mais elas se obrigam a desenvolver, nelas mesmas, características que atraiam a pessoa por quem elas, naturalmente, se atraíram. Entende a contradição? Pois é. É aí que nasce o ciúme.

 Ciúme, na minha definição teórica: Medo de perder. Na minha definição poética: meio de perder. Veja, me entenda: Eu não estou falando sobre zelar pela pessoa amada, e se irritar só de imaginar dela sorrindo pra outro alguém, como sorri pra você. Não falo de cuidado básico, esse é até fundamental. O sábio apóstolo Paulo não diz que o amor não sente ciúme, ele diz que o amor não ARDE em ciúme. É dessa chama que eu estou falando. Desse ardor que literalmente invade as pessoas. Quando se chega nesse nível, a pessoa enciumada passa a, inconscientemente, obrigar o outro a o convencer, dia após dia, que é com ela que quer estar. O problema é que o amor não se prova, se sente. No máximo se demonstra, mas pessoas fingem. Então, é uma escolha: Você escolhe acreditar ou não, se arriscar ou não.  É um risco. Pros dois lados. Mas, como diria Ted Mosby: Se você não está se arriscando, então, o que você está fazendo? Pois é. É o mais irônico: Pessoas inseguras vivem com a necessidade da segurança do outrem. Não dão segurança, mas querem receber. Querem ser convencidas!

Sobre convencer, deixe-me dizer: isso é um porre! É um porre convencer a pessoa amada do quanto à ama, porque ela não acredita que você ama; é um porre ter que  convencer de que o amor é suficiente, ela é suficiente, e que ela não precisa desenvolver atrativos, porque você também se atraiu naturalmente. É um porre ter que convencer quem você ama, de que besta o bom dia dela ou o “eu te amo” vindo dela. É um porre ter que convencer a pessoa amada de que, por mais que você tenha errado em algo, um dia, é por ela que você, hoje, quer acertar. É um porre ter que convencer a pessoa que você ama de que não precisa de mais ninguém, que você ta feliz e só quer que ela seja tão feliz quanto. É um porre chegar a pensar em desistir do “nós” porque acha que nunca vai conseguir convencer a pessoa amada, e vê-la infeliz, por não acreditar. É um porre se sentir a causa da infelicidade de quem se ama, mesmo sabendo que você, de fato, não tem culpa nenhuma. O fato da pessoa não saber disso te faz surtar. É um porre convencer quem se ama. É um porre convencer. É um porre!
 Porres cansam. Nos deixam exautos, nós trazem uma puta dor de cabeça, e uma ressaca.  O porre faz algumas pessoas fazerem coisas que não queriam, outras fazem o que queriam mas não tinha coragem... O fato é que depois de um porre, sempre vem uma decisão e/ou um arrependimento. Porque, acreditem, porres cansam. E ou você se acomoda na vida de porres e vive infeliz, fingindo esquecer por alguns momentos a realidade (nesse caso, a embriaguez. No caso do ciúme, o momento pós briga onde você temporariamente convence a pessoa amada, de que a ama), ou você toma uma atitude e sai dessa, quando entender que o outro não quer mesmo parar de virar doses; ou vocês, juntos, vão no AA, se for o caso, mas saiam, juntos, dessa vida de porres, porque ninguém vive, de fato, numa vida assim.

Aos que precisam convencer: Eu sei que tudo que vocês queriam era abrir a cabeça de quem vocês amam, como um computador, e programar lá que você ama e só quer essa pessoa. Que faria qualquer coisa para convencê-la disso e dói, dói muito, saber que nada que você faz é suficiente pra isso. E sabe o porquê disso? Porque você ta se esforçando pra mudar algo que não é culpa sua. A deficiência ta no outro, e enquanto não for o deficiente a usar a rampa de acesso, a rampa sempre será desnecessária. Não é você que precisa dela, da rampa da confiança, é o outro. Você é a mão que empurra a cadeira, em amor. Limite-se a isso e descubra se você ta amando a dois, ou por dois.



Aos que vivem em chamas, uma observação: uma vez li algo, que guardei pra sempre, e quero aqui parafrasear. Quando você se apaixona pelas raízes de alguém, pode vir o outono e levar todos as folhas, não é por elas que ficamos. Até porque o que o vento leva, não é capaz de fazer ninguém ficar. O que faz permanecer, é a raiz. Florescer, a gente floresce junto. Mas raiz, cada um tem a sua, e é por ela que nós ficamos. Nós gostamos “por causa de” mas quando amamos, amamos, “apesar de”. É essa a sutil diferença entre amar, e gostar. Entre outono e primavera. Não deixe seu ciúme arder. Vento leva folha, apenas, mas o fogo queima até a raiz! ;) 

- RenattaSoares :)

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